A 12ª Aquishow Brasil chega ao fim com uma visita técnica externa à Global Peixe, produtora de alevinos e juvenis de tilápia, localizada em Esmeralda/SP, distrito de Rubineia/SP, na divisa dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Os ingressos dão direito a transporte e alimentação e devem ser adquiridos com antecedência, pelo site oficial do evento ou diretamente na bilheteria.
Na ocasião, não haverá exposição comercial de estandes, tampouco programação de palestras e outras atividades técnicas. Os inscritos devem comparecer ao Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento do Pescado Continental, do Instituto de Pesca, para embarque às 7h e desembarque previsto para as 15h.
Emerson Esteves, que é proprietário da Global Peixe, além de presidente do Conselho Deliberativo da Associação de Piscicultores em Águas Paulistas e da União (PeixeSP) e um dos organizadores da Aquishow Brasil, explica que o objetivo da atividade é apresentar em detalhes a primeira etapa da cadeia produtiva de peixes.
“Em uma única unidade, o público poderá conferir todo o processo de coleta de ovos, incubação, reversão sexual, produção de juvenil, vacinação e expedição. Temos uma estrutura compacta, com alta tecnologia, que nos permite ter pouca mão-de-obra e muita eficiência”, explica ele.
Tilapicultura no Brasil
A produção de peixes no Brasil vem crescendo ano a ano e o carro-chefe desse crescimento é a tilapicultura, que representou mais de 60% da produção nacional em 2022, segundo o Anuário 2023 da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR).
Ainda segundo o documento, o volume total de produção no ano passado foi de 860 mil toneladas de peixes de cultivo, que corresponde a um avanço de 2% em relação a 2021. Os principais produtores são os Estados do Paraná, São Paulo e Rondônia. Minas Gerais, por sua vez, aparece na quarta posição e foi o único Estado a atingir expansão anual de dois dígitos (11,4%).
“Se considerarmos os desafios macroeconômicos do pós-pandemia, essas estatísticas são positivas. Conseguimos manter a tendência de crescimento dos últimos anos e temos um cenário otimista para o futuro”, diz Esteves.
Oferta e procura
No primeiro semestre de 2023, a produção de peixes no País permanece baixa, em decorrência da crise e do inverno mais rigoroso dos últimos anos. Paralelamente, questões sanitárias também têm afetado a cadeia produtiva. Portanto, a oferta caiu e os preços dispararam.
“O ano de 2023 vai ser todo de baixa oferta, mas o setor já está se movimentando para estancar esses gargalos e normalizar a situação. A tendência é de que 2024 seja um ano mais estável para todos”, opina Esteves.
Atualmente, mais de 90% de tudo que é produzido em território nacional é consumido pelo próprio mercado interno. Entretanto, há períodos de estagnação, pois muitas pessoas ainda não têm o hábito de comer pescado. Assim, o setor tem como desafio não só fomentar a inserção dessa proteína animal na mesa do brasileiro, mas também escoar seus produtos por meio da exportação.
Os Estados Unidos são o principal destino dos pescados brasileiros, especialmente nas categorias de peixes inteiros e filés congelados. Mas a grande esperança é a reabertura do mercado europeu, fechado desde 2018.
“Há anos, o poder público e as entidades de classe estão buscando essa liberação. Nossa expectativa, com a ajuda do Ministério da Pesca e Aquicultura, da Apex Brasil e da PeixeBR, é de que essa demanda seja atendida em meados do segundo semestre. O setor já se adequou às exigências deles. Temos qualidade e preços bons”, afirma.
Realização
A 12ª Aquishow Brasil é realizada de 23 a 26 de maio, pela Peixe-SP, em parceria com a Prefeitura de São José do Rio Preto/SP, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento; e o Governo do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Pesca, vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Neste ano, o evento conta com o patrocínio do Sebrae e o apoio da Associação Comercial e Empresarial de São José do Rio Preto (Acirp); do Sindicato Rural de São José do Rio Preto; da Mar & Rio Pescados; da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faesp – Senar/SP); do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV/SP); do Instituto de Inovação Israelense (INNA); e do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).
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